ESTUDO COMPARATIVO ENTRE 4 FORTUNAS DO IMPÉRIO BRASILEIRO NA DÉCADA 1860, SEC. XIX


Pesquisado por Anibal de Almeida Fernandes, 4º neto do 1º Barão de Cajurú, com o objetivo principal de tornar mais clara a interdependência geográfica e familiar das famílias dos Titulares do Império no século XIX, não podemos ignorar que em 1822 havia cerca de 4 milhões de habitantes e em 1889 havia 18,8 milhões de habitantes no Brasil e ao longo desses 67 anos de Império apenas 986 pessoas receberam títulos, ou seja, apenas 0,0052% da população e foram concedidos apenas 239 brasões (apenas 0,0013% da população). 


Outubro, 2011, atualizado Abril, 2022.


Enquadramento econômico:


Em 1846, o Império conseguiu o 1º orçamento superavitário por conta das novas rendas da Alfândega, nessa época 1 saca de café era comprada por 12$000 réis e um escravo valia 350$000 réis, os escravos com habilidades (carpinteiro, fundidor maquinista, etc) valiam 715$000 reis.


Entre  1856 e 1862, em Vassouras, 1 conto de réis (1:000$000=1 milhão de réis) comprava 1 escravo.


Em 1860, 1 conto de réis (1:000$000=1 milhão de réis) comprava 1 kg. de ouro.


1840>a>1870: foi o apogeu econômico do Império com o dinheiro MUITO forte: nesse contexto todos os dados econômicos e as fortunas dos 4 fazendeiros abaixo analisados são da década de 60 do séc. XIX e, para haver similitude de valores, eu usei para a atualização monetária (séc XXI), o valor da gr. de ouro a R$ 338,02=7/10/2020). Nesta época o Brasil tem a 9ª rede ferroviária do mundo, superada só pela Índia entre os subdesenvolvidos e, dentre eles, só perdia para a Argentina na capitação de investimentos estrangeiros e seus papéis tinham uma taxa de risco inferior às de muitas nações europeias.


Conto de réis é uma expressão adotada no Brasil e em Portugal para indicar um milhão de réis. Sendo que um conto de réis correspondia a mil vezes a importância de um mil-réis que era a divisionária, grafando-se o conto por Rs. 1:000$000



Stanley J. Stein, em Vassouras, a Brazilian Coffee County, 1850-1900, editado pela Harvard Historical Studies, Appendix.


Referências históricas:


Em 1854 a receita total do Império era de 35.000 contos de reis.


Em 1860, para ser nomeado Senador do Império o interessado tinha que comprovar uma renda anual de 800$000 (oitocentos mil réis=800 x gr. de ouro=R$ 338,02=R$ 270.416,00/anual=R$ 22.535,00/mes) que era uma renda elevadíssima para a época. Em 67 anos de Império foram nomeados apenas 235 Senadores, que era um cargo vitalício.


Em 1861: 1 Libra = 5 US$.


Em 1865: 1Libra = 10 réis.


1852-1857: a exportação do café fluminense é 92% do total exportado pelo Brasil o que resulta na riquíssima Vassouras, RJ, que é a Cidade dos Barões por excelência do Império, enquanto que Santos, SP, exporta apenas 6%.


Pela tabela de 2/4/1860, ser nobre no Brasil custava em contos de réis:


Duque: 2:450$000=R$ 828.149,00 >> Marquês: 2:020$000=682.800,40;


Conde: 1:575$000=R$ 532.381,50;>>Visconde: 1:025$000=R$ 346.470,50 >> Barão: 750$000=R$ 253.515,50


Os valores acima foram atualizados considerando a gr. de ouro a R$ 338,02 [7/10/20].


O preço de um escravo entre 1856 a 1862 era de 1 conto de réis (1:000$000).


Estudo sobre o PIB do Brasil a partir de 1900 [FSP-Mercado-6/2/22]


A economia brasileira a longo prazo - 05/02/2022 - Samuel Pessôa - Folha (uol.com.br)


Abaixo vai a comparação entre o fazendeiro que trabalhava longe da corte e os que trabalhavam junto à corte e se vê que, como hoje em dia, os amigos do rei são sempre favorecidos e, mais favorecidos ainda, os que manipulam o dinheiro para 3ºs, como são os banqueiros de hoje em dia, ou seja, a situação de poder e tráfico de influencias junto à Corte permanece a mesma desde o Império, para maior equanimidade das fortunas são todas da década 1860 do sec. XIX.


# 1º Barão de Cajurú (1869): fazendeiro RICO = fortuna R$ 147.644.845,00 em Out/2020



# Visconde do Rio Preto (1868): fazendeiro MUITO RICO = fortuna R$ 1.352.080.000,00 em Out/2020


# Comendador Joaquim José Souza Breves: (1860) fazendeiro MUITO MAIS RICO = renda anual de R$ 40.357.837,50, uma formidável renda em 2020


# Visconde de Mauá (1865): banqueiro, industrial e fazendeiro MUITÍSSIMO MAIS RICO = fortuna R$ 3.388.200.000,00 bilhões em Out-2020)


1º Barão de Cajurú, a 30/6/1860. Nasceu: 1797 e faleceu: 21/2/1869.


Um fazendeiro morando na distante Andrelândia, Minas Gerais.


O 1º Barão de Cajurú, João Gualberto de Carvalho, nasceu em 1797 e foi batizado neste mesmo ano, na Paróquia de São João d’El Rei, MG, é 4º avô de Anibal. O Barão de Cajurú adquiriu, por volta de 1830, a Fazenda das Bicas, no município do Turvo, onde passou a residir. Na Vila Bela do Turvo, (atual Andrelândia), construiu um imponente sobrado onde funcionou, mais tarde, o Grupo Escolar Raul Soares. No ano de 1860 foi enviado ao Imperador Pedro II o seguinte atestado (sic):


Nós, abaixo assinados, atestamos que o Comendador João Gualberto de Carvalho, natural da Província de Minas Gerais e residente no município de Aiuruoca, é um cidadão prestante, distinto por seu patriotismo e probidade, respeitável pai de numerosa família, rico negociante e capitalista, proprietário de muitos bens de raiz entre os quais, se inclui a importante Fazenda de cultura denominada São Lourenço, sita na Província do Rio de Janeiro, que há pouco comprou; e que por estas razões o consideramos muito merecedor de um Título, ou qualquer mercê honorífica que S.M. o Imperador se digne conferir-lhe. Rio de Janeiro, 09 de junho de 1860. (a.a.): Herculano Ferreira Penna, Visconde de Ipanema, Visconde do Bonfim e Jerônimo José de Mesquita".


A 30/6/1860, ele foi agraciado com o título de Barão de Cajurú.


Faleceu a 21/2/1869 em São Miguel de Cajurú em São João d’El Rei, MG. Seus ossos repousam no mausoléu existente no cemitério da fazenda Sant’Anna em Quatis, RJ, que era do Comendador Manoel Marques Ribeiro, sogro de seu filho João Pedro de Carvalho que enterrou seu pai, o 1º Barão de Cajurú, em túmulo ornado com um anjo de mármore de Carrara com 300 kg. de peso, que agora está na igreja de São Joaquim. O Testamento da Baronesa, feito na cidade do Turvo a 2/9/1880, está registrado no Livro 2º, fls. 42v/45 do Registro de Testamentos do Cartório do 1º Ofício da Comarca de Andrelândia, sua terça parte tem bens arrolados no valor de 145.597$742 (cento e quarenta e cinco contos, quinhentos e noventa e sete mil e setecentos e quarenta e dois reis) o que nos permite avaliar a fortuna do 1º Barão de Cajurú, considerando a terça parte da Baronesa mais os 2/3 da legítima do Barão, num patrimônio total de 436:793$221. Em 1869 quando 1.000$000 (1 conto de réis) comprava 1 kg de ouro este patrimônio equivale a 436,794 kg. de ouro e hoje em dia, considerando a gr. de ouro a R$ 338,02, [7/10/2010] teríamos um patrimônio de R$ 147.644.845,00. O 1º Barão de Cajurú é pai do 2º Barão de Cajurú (que herdou a fazenda das Bicas), da Viscondessa de Arantes e da Baronesa de São João d’El Rey e mais 6 filhos.




Visconde com grandeza do Rio Preto, a 14/3/1867. Nasceu: 1800 e faleceu: 7/7/1868


Um fazendeiro com ligações muito próximas à Corte Imperial.


Domingos Custódio Guimarães, 1º Barão a 6/12/1854 e Visconde de Rio Preto a 14/3/1867, ao desfazer a sociedade comercial Mesquita&Guimarães, (para transporte de carne mineira para abastecer à Corte e a cidade do Rio de Janeiro), de seu sócio que era íntimo de Pedro I, (o banqueiro José Francisco de Mesquita, 1790-1873, Marquês de Bonfim em 1872), Domingos estava riquíssimo e resolveu empregar o seu dinheiro em um negócio agrário que estava começando a chamar a atenção dos ricos empreendedores da época: a cultura cafeeira que dava menos despesa que a cana de açúcar. Domingos incumbe o seu sobrinho, Joaquim Custódio Guimarães, de comprar terras na região fluminense, próximas à Corte. Ele comprou em Minas: Sta. Quitéria, Montacavalo, Mirante e São Bento e no Rio: Loanda, Paraíso, Criméia, São Leandro, Sta. Tereza, São Policarpo, Sta. Bárbara, União, Sta. Genoveva, Mundo Novo. As 14 fazendas produziam 60.000 arrobas de café por ano, [15.000/sacas] o que dava uma renda anual ao Visconde de Rio Preto de R$ 11.812.050,00, (considerando-se a saca de 60 kg. sendo vendida a R$ 787,47 [café Robusta/Bolsa Nova York=Dez/20]. A 7/7/1868 morre o Visconde do Rio Preto, no meio da magnífica festa que dava na fazenda Paraíso para comemorar a inauguração do ramal Paraibuna-Porto das Flores da estrada de ferro, deixando uma enorme fortuna de 4.000 contos de réis, equivalentes a 4.000 kg. de ouro na época e, hoje em dia, considerando a gr. do ouro a R$ 338,02 temos R$ 1.352.080.000,00 em Out-2020. A Paraíso vai para seu filho Domingos, 2º Barão de Rio Preto que, ao morrer em 1876, deixa a Paraíso para seu filho, também Domingos (Dominguinhos), que é casado com uma filha de Manoel Vieira Machado da Cunha, Barão d’Aliança, que comprou a Paraíso do genro em 1895. Este Barão d’Aliança é sobrinho de José Vieira Machado da Cunha, 1º Barão do Rio das Flores, que, por sua vez, é bisneto do casal Antonio da Cunha Carvalho e Bernarda Dutra da Silveira que são 6º avós de Anibal. O 1º Barão Rio das Flores é casado com Maria Salomé que é irmã de João Antonio de Avellar e Almeida bisavô de Aníbal, que é casado com Ana Margarida que é neta-paterna dos meus dois 4ºs avós: João Gualberto de Carvalho, (1º Barão de Cajurú) e Manoel Rufino de Arantes. O Barão d’Aliança, em 1912, vende a Paraíso para Cel. Alexandre Belfort de Arantes que é irmão do Visconde de Arantes e é neto de Antonio Belfort de Arantes, 1º Barão de Cabo Verde, (quem, por sua vez, é sobrinho de Manoel Rufino de Arantes, 4º avô de Anibal, e de sua mulher Ana Joaquina de Carvalho que é irmã de João Gualberto de Carvalho, 1º Barão de Cajurú, 4º avô de Anibal). Quem cuidou da fazenda Paraíso foi o filho de Alexandre, o major Galileu Belfort de Arantes, cujos descendentes são os atuais proprietários.


O Rei do Café no Império, Comendador Joaquim Sousa Breves em 1860. Nasceu: 1804 e faleceu: 1889.


Um fazendeiro com ligações próximas à Corte Imperial.


Em 1860, o Comendador Joaquim José de Sousa Breves colhia 205.000 arrobas de café, ou seja, 1,45% da safra total do país, que fora de 14.125.785 arrobas. (Agrippino Griecco, 1927). Em 1887 sua colheita deveria oscilar entre 250.000 a 300.000 arrobas. Convertendo para o Brasil de hoje: 205.000 arrobas de café equivalem a 51.250 sacas de café de 60 kg. que, vendida a R$ 787,47 a saca, (considerando-se a saca de 60 kg. sendo vendida a R$ 787,47 [café Robusta/Bolsa Nova York=Dez/20]). daria ao Comendador a renda anual de R$ 40.357.837,50, uma formidável renda em 2020. A decadência do Comendador se dá na República, pois ele fôra o mais opulento fazendeiro no Brasil Imperial, o verdadeiro Rei do Café. O Comendador Joaquim José de Sousa Breves plantou 5 milhões de pés de café e era proprietário de mais de seis mil escravos, que são libertos sem nenhuma indenização do Império o que empobrece o Comendador. Empregava esses escravos nos seus diversos latifúndios, onde o serviço reclamasse momentaneamente maior quantidade de braços. A fazenda de São Joaquim da Grama, em São João Marcos, era a sede das propriedades agrícolas que lhe pertenciam, era o solar preferido da família, onde acumulava suas riquezas, obras de arte, cercando-se de todo o conforto, riquíssima em servos, a enorme senzala que abrangia as fraldas de um morro, abrigava mais de dois mil escravos. O Inventário do Comendador Joaquim José de Sousa Breves feito em 1891, pela avaliação de 24/2/1890, registrava 1.434.200 kg de café em estoque nas tulhas de 18 fazendas (com 8.389 alqueires geométricos no total) o que daria 23.903 sacas de café, ou seja, a R$ 787,47 [Dez/20] a saca teríamos uma fortuna atualizada de R$ 18.822.895,00, (Atenção: em 1890, 15 contos de réis compravam 1 kg. de ouro, pois a República vivia uma tormenta econômica, que culmina com o Encilhamento, provocado por Rui Barbosa, que quebra o Banco do Brasil e destrói a economia da população com uma quebradeira geral, tão devastadora para os Barões do Café fluminenses, que ficam na miséria, como será a quebradeira da Crise de 1929, 40 anos depois, para os fazendeiros paulistas).


 Imbatível em Riqueza


Visconde com grandeza de Mauá, a 25/6/1874 = Mauá porque lá, algum mal há como diziam as fofocas da Corte Imperial, onde ele não era benvindo:


Irineu Evangelista de Sousa, nasceu: 28/12/1813 e faleceu: 21/10/1889


Um banqueiro, comerciante, industrial e fazendeiro com importantes ligações internacionais.


Oscilação da colossal fortuna do Visconde de Mauá: Irineu Evangelista de Souza


1) Em 1865 a fortuna pessoal de Mauá era de 10.000 contos de reis, que equivaliam a 1/10 do total das exportações brasileiras do ano e a 10.000 kg. de ouro na época, (considerando o gr. de ouro = R$ 388,02 temos uma fortuna atualizada de R$ 3.388.200.000,00 bilhões em Out-2020).



2) EM 1867 o capital de sua firma MAUÁ & Cia. era de: 115.000 contos de réis, que equivaliam a 12 milhões de libras esterlinas ou 60 milhões de dólares americanos. Referências econômicas da época para melhor entendimento do que significava esta enorme fortuna de 115.000 contos de réis do Visconde de Mauá:


1º) em 1867, o Orçamento de todo Império do Brasil era de 97 mil contos de réis.


2º) Cornelius Vanderbilt (era o homem mais rico do sec. XIX) deixa herança de 100 milhões de dólares.


3º) em 1865, o Banco da Inglaterra tinha ativos de 43 milhões de libras.


4º) em 1854, todo o comércio internacional do Brasil era de 175,9 mil contos de réis.


3) EM 1870 o Capital do Visconde estava Reduzido A 80 mil contos de reis.


4) EM 1876 o Visconde de Mauá não tinha mais a firma Mauá & cia. e estava reduzido A 10 mil contos de réis que equivaliam a 1,1 milhão de libras esterlinas, porém ainda ERA O HOMEM MAIS RICO DO PAÍS, com sua Cia. Agrícola Pastoril que era um sucesso.


5) A 2/7/1878 o Visconde de Mauá decretou sua própria falência, para pagar todas as dívidas com os credores ele pôs à venda tudo o que tinha, porém lhe restaram ainda, 1,5 mil contos de réis de sua Cia. Agrícola Pastoril (e talvez a receber, 1,3 milhão de libras, quase 12 mil contos de réis).


6) EM 1885 O Visconde de Mauá é apenas um homem rico, desiludido e doente, refugiado em Petrópolis, com uma empresa de corretagem no Rio e estâncias de gado no Uruguai, fazendo temporadas em Lambari e Poços de Caldas para cuidar do diabetes.


O Visconde de Mauá morreu a 21/10/1889, logo após acontece a República e D. Pedro II vai para o exílio.


Fontes pesquisadas para estruturar este trabalho:


#-O Vale do Paraíba, Eloy de Andrade, Real Gráfica, Rio de Janeiro, 1989.


#-Mauá, Empresário do Império, Jorge Caldeira, Cia. das Letras, 1995, pgs 180/181 (café), 190 (orçamento), 194 (Senadores), 307 (Receita), 377 (L/US$), 428 (L/réis).


#-Flávio de Carvalho O Comedor de Emoções de J. Toledo.


#FLS, 4/4/2118,8 milhões, essa é aproximadamente a população brasileira de 1890, conforme dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).



#-Náufragos, traficantes e degradados, Eduardo Bueno, Objetiva, 1998, pgs: 185/186


Sec. XVI > 1.000 cruzados = 3,5 kg de ouro


#-Anuários Genealógicos Brasileiros Ano: I, II, III (fl. 397: data da morte do Barão de São João d’El Rei), IV, VI, VII, e IX.


#-Efemérides de São João d’El Rei, de Sebastião Oliveira Cintra, 2ªEdição; informa a morte do 1o Barão de Cajurú em São Miguel de Cajurú, (Arcângelo), São João d’El Rei, MG.


#-As Ilhoas, de José Guimarães, Revista Genealógica Latina, Vol XII, 1960.


#-As Barbas do Imperador, Lillian Schwarcz, São Paulo, 1996.


#-E o Vale era o escravo, Ricardo Salles, Rio de Janeiro, 2008, pgs: 163/164/165 (valor do escravo).


#- A Cidade e o Planalto, Tomo I: preço do escravo



#-Folha de São Paulo, Folha Brasil, Élio Gáspari, 4/10/2009.


#-Empreendedores, Jorge Caldeira, Mameluco, 2009, pg. 141/142; pg. 181/182: ouro/prata =referência


#-http://www.brevescafe.oi.com.br/joaq_orei.htm


#-A Bahia no século XIX, Queirós Mattoso, págs. 602/4: Classificação das Fortunas no Império feito para a Província da Bahia, que pode ser estendido a todo o Império, 1801-1890.


1) Fortunas em contos de réis


Muito pequenas.......   ..  .......até: 200 réis


Pequenas..................    ..............201 reis a 1conto = 1:000$000


Médias/baixas.............   ..........1:100$000 a 2 contos


Médias..........................   .....  2:100$000 a 10 contos


Médias/altas.....................   ..10:100$000 a 50 contos


Grandes/baixas...................   50:100$000 a 200 contos


Grandes/médias................   200:100$000 a 500 contos


Grandes...........................   500:100$000 a 1.000 contos


2) Tabela: os 2 Principais elementos constituintes das fortunas do Império, (Médias altas até grandes fortunas) em ordem decrescente de valor econômico-financeiro


1. Imóveis


2. Depósitos bancários


3. Dívidas em ativo


4. Ações e apólices


5. Fundos de comércio


6. Escravos


7. Terras


8. Móveis e outros


9. Dinheiro líquido


10. Rendas


#-Lei 1.114-27/9/1860, receita para o exercício de 1861 – 1862= Dotação Imperador: 800 contos, (800.000$000) Dotação Imperatriz: 96 contos (96.000$000).


#-1ª - Constituição de 1824 (Brasil Império)

CAPITULO VI > Das Eleições.


        Art. 95. Todos os que podem ser Eleitores, abeis para serem nomeados Deputados. Exceptuam-se: Os que não tiverem quatrocentos mil réis de renda liquida, (Arts. 92 e 94).


#-Dolar Americano valor Dolar/mil reis:


http://www.ocaixa.com.br/bancodedados/dolaranualmedio.htm




#-Lei nº 59 de 8/10/1833














Mil Réis



Rs



8/10/1833 a 31/10/1942



Lei no 59, de 8/10/1833



Rs 2$500 = 1/8 de ouro de 22K.




1/8 DE OURO = 3 ESCRÓPULOS = 3,586 GR = 2$500 REIS


1 KG DE OURO = 1.000 GR = 278,86 OITAVAS x 2$500 = 194$407 REIS


EM 1833, PORTANTO > 1 KG DE OURO = 194$407 REIS


COM A INFLAÇÃO EM 1860 > 1 KG DE OURO = 1.000$000 = 1 CONTO DE REIS


OU SEJA, 5,14 VEZES MAIS CARO QUE EM 1833 >> 27 ANOS DE DIFERENÇA


#-História do Brasil: uma interpretação: Adriana Lopez,Carlos Guilherm, PG. 493


   


#-A economia brasileira no Império, 1822-1889, pg. 37, (Dívida Pública), Marcelo de Paiva Abreu e Luiz Aranha Correa do Lago, PUC-Rio.


Detentores de títulos da dívida interna sem indexação enfrentavam perdas potenciais devido à maior inflação no Brasil do que no resto do mundo. Como já mencionado, a inflação média anual brasileira entre 1830 e 1889 terá sido da ordem de 1,2% ao ano, enquanto a deflação norte-americana foi de 0,2% ao ano, gerando um diferencial de inflações da ordem de 1,4%, comparado ao diferencial de taxas de juros de 1-1,5% entre títulos da dívida interna e da dívida externa. Os anos 1850 e, algo surpreendentemente, a segunda metade dos 1880, provavelmente corresponderam aos períodos de expansão mais rápida da economia imperial, enquanto a década de 1870 ficou marcada pela Grande Seca no Nordeste.


#-Centro e periferia no padrão ouro-libra: Texto para Discussão, Paulo Zahluth Bastos,


IE/UNICAMP, Campinas, n. 138, jan. 2008. Pg. 26.


Nas palavras de Vieira (1947, p. 237-238): “A estabilização cambial representava para as finanças públicas da Nação um imperativo… o pagamento das dívidas externas da Nação, devido à queda constante do câmbio, exigia um esforço de tributação mais que roporcional, em relação aos compromissos assumidos, e esta sobrecarga tributária facilitava antipatias políticas… Em 1890, o Brasil, a fim de remeter para o exterior, em pagamento de dívidas externas federais, £1.105.787, teve de despender 1.768:000$000; em 1900, pelo envio de £2.416.313, teve de despender 61.335.000$00; desse modo, enquanto o aumento de remessas foi de 118%, entre as duas datas, o aumento da despesa foi de 421%”. Celso Furtado fez uma boa discussão do problema, cf. FEB (p. 168-169). Esforços para introduzir tarifas alfandegárias em ouro foram realizados por Rui Barbosa e Joaquim Murtinho, mas em termos parciais e temporários, e seu efeito sobre as finanças públicas era limitado porque encareciam as importações. Na I República, em geral, os aumentos de tarifas alfandegárias respondiam mais a necessidades fiscais do que a objetivos protecionistas, embora iniciativas isoladas de proteção tenham sido temporariamente implementadas pelo governo federal, ver Villela e Suzigan (1973), Suzigan (1984) e Topik (1987). 



# Valor da libra em 1822: Robert Twigger - 1822, pg. 67, Laurentino Gomes  #-Ciclos de investimento, crises monetárias e crises sociais na gestão do padrão-ouro em Portugal e Brasil no século XIX: uma perspectiva comparada, José Tadeu de Almeida. Pg. 6


Em 1846, a fim de estancar a saída de capitais e fornecer maior estabilidade à moeda nacional, é sancionada a Lei nº. 401, em 11 de Setembro. Ela fixa a razão de paridade a 27 pence, em ouro, a cada mil-réis. Da mesma forma, o artigo segundo da Lei determinava que o Governo Imperial estava autorizado a recolher papel-moeda na quantidade que julgasse necessária, com o intuito de manter a valorização da moeda nacional. A razão entre a prata e o ouro ficou estabelecida, a partir de 1847, no valor de 15,6257. Tais medidas colaborariam. Utilizando o processo inglês (up is up) para avaliação da taxa de câmbio, tem-se que para o agente nacional, uma elevação da quantidade de moeda estrangeira necessária para adquirir uma quantidade fixa de moeda nacional indica a apreciação da moeda nacional; por outro lado, a redução do preço da moeda nacional em termos de moeda estrangeira evidencia uma desvalorização da moeda nacional. Em termos práticos, a passagem do mil réis de 27 para 25,5 pence mostra que um volume menor da moeda inglesa compra a mesma quantidade da moeda brasileira, evidenciando a desvalorização do mil-réis.   



# Valor do US$


 



#-VASSOURAS a Brazilian Coffee County, 1850-1900, Stanley Stein, Harvard University, 1957:


retrata de maneira clara e objetiva o começo, formação e início da decadência de Vassouras, quando terminam as matas virgens para derrubar e plantar e a rotina míope dos vassourenses que não adubam ou cuidam de proteger a terra onde plantam; e eu nunca tinha lido sobre a confusão e decadência que causou a implantação da estrada de ferro (D. Pedro II) para as vendas e comércio da estrada de terra (Estrada da Polícia). Também me impressionou a mudança das tropas de mulas (cada uma com 9 arroubas) que custavam 33%!!!!!!!!! do que valia o café para transportá-lo até o Rio e quando chega o trem que facilita tudo e fica rei o carro de boi que carregava 100 arroubas até as estações e derruba o custo do transporte e a perda de café e mulas nos constantes acidentes anteriores e Vassouras fica riquíssima e muito sofisticada no seu modo de vida.


Pg 226 os escravos entre 1857-58 valem 73% do valor da fazenda.


Pg 246 em 1882 o escravo é o que vale nas fazendas, pois tem liquidez e as terras estão exauridas.


Pg 247 as propriedades em 1888 desvalorizam 10 vezes em relação a 1860 e o escravo tem valor zero na composição do valor das fazendas, após a Lei Àurea.


Pg 251 estima em 500.000 escravos libertos em maio/1888.


pg 260 estima em 500 mil contos de réis a necessidade de dinheiro.


Pg 286, 287, 288: o pasto invade os cafezais e o êxodo das famílias dos antigos fazendeiros fluminenses segue firme.


Pg 293


em 1825 > 1US$ dolar = 1 conto de reis


e passa a equivaler em:


1850 > 0,58US$ dólar = 0,58 conto de reis


1875 > 0,55US$ dólar = 0,55 conto de reis


1900 > 0,19US$ dólar = 0,19 conto de reis


Pg 294 estima em 17.319.556 hab. a população do Brasil em 1900


Pg 295 estima em 1887 > a existência de 637.602 escravos


http://br.geocities.com/projetocompartilhar/estudoDomingosdaCostaGuimaraes.htm 


http://www.geneall.net/P/per_page.php?id=205649 


Os Carvalho Duarte no Sul de Minas (atualizado em 06-Abril-2008) 


Capitão José Alves Lima (atualizado em 11-Novembro-2007

















 
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Genealogia e Historia = Autor Anibal de Almeida Fernandes