ESPANHA MOURA versus ESPANHA e PORTUGAL CRISTÃOS


Anibal de Almeida Fernandes Outubro, 2012.


Analisando o contexto histórico da Idade Média e levando em conta suas regras de vida e sobrevivência e ainda comparando a qualidade do projeto arquitetônico e implantação dos palácios/castelos como base de sustentação da qualidade de vida dos moradores dos Paços Reais medievais, como a ventilação, o conforto e a higiene,  que influem nos hábitos da Corte árabe e da Corte cristã, vou relatar minha impressão do lado árabe, tendo como referencia, principalmente os palácios Alhambra e o Generalife, ambos em Granada, e o perfumado Alcázar de Sevilha e, pelo lado cristão, tendo como referencia o Palácio de Carlos V no Alhambra, o Paço dos Bragança em Guimarães, o Palácio da Vila de Sintra, o Palácio da Pena, o Alcázar de Segóvia, a Catedral de Santiago de Compostela e o Escorial.


Alhambra, a fortaleza vermelha, ou o paraíso na terra, começou a ser construído no sec. X e foi sendo ampliado até sec. XIV: eu afirmo com toda a tranquilidade que não encontrei nada na Europa medieval, em todos os 22 países europeus que conheço, algum palácio/castelo que chegasse aos pés dessa formidável construção árabe do sec. XIV em Granada. É incompreensível que, no espaço-tempo comum da península Ibérica do sec. VIII ao sec. XV, os árabes tivessem tal qualidade superior de conceito arquitetônico, que propiciava tanto requinte de vida, enquanto que os europeus chafurdavam em verdadeiros estábulos sem ventilação, banhos, jardins e espaço de convivência social, lembro-me do Alcázar de Segóvia dos Reis Cristãos Fernando e Isabel, com uma única fonte de água no acanhado pátio central e sua bizarra sala do trono decorada com as cabeças dos reis anteriores e com os espaços sombrios e soturnos do Escorial, ao comparar com as formidáveis perspectivas árabes com jardins e espaço cênico de altíssima qualidade que os árabes fazem em Alhambra, Generalife e no Alcázar de Sevilha, verifica-se que é algo tão melhor, que não dá para comparar, e nos horroriza ao imaginar como era conviver com a sujeira, o mau cheiro e a falta de higiene das Cortes Medievais europeias (aqui me lembro do enorme defumador (braseiro) da Catedral de Santiago de Compostela, que tinha que ser aceso cheio de incenso, e balançado várias vezes ao dia, para eliminar o odor nauseabundo dos peregrinos amontoados dentro da Catedral). Os árabes tinham jardins com água corrente integrados com a construção, salas de banho, espaço com ventilação cruzada, tudo o que se imagina hoje em dia para um projeto arquitetônico contemporâneo de alta qualidade.

Pórtico dos embaixadores: a perspectiva desde a entrada é de arrasar


 

Patio dos Leões em Alhambra: os 12 leões de mármore branco, que são de muito antes da construção do pátio, vertem água, um deles a cada hora


 

 

Teto em filigrama de estuque em Alhambra: é de soberba e perfeita execução


 

Generalife: palácio anexo ao Alhambra, é do começo do sec. XIV

Pórtico do palácio de Generalife com seu cenário de vegetação e água


 

 

Generalife: esse jardim também é sonoro, e o jorro contínuo da água dá uma sensação de paz e reflexão.


 















 
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Genealogia e Historia = Autor Anibal de Almeida Fernandes