TRATADO do ESNOBISMO no BRASIL em 4 períodos: colônia, império, república e Sec. XXI


Autor: Aníbal de Almeida Fernandes 



Texto inicial: Outubro, 2003, última atualização: Março, 2023 

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Minha intenção é resgatar o conhecimento do papel de meus avós, e sua relevância para a construção da nação, nos 3 períodos da história do Brasil: colonia, império e república.

Premissa: O esnobismo é uma particularidade da raça humana e aparece em qualquer segmento social, do mais humilde ao mais heráldico, e sempre depende da pessoa que o expressa uma vez que essa pessoa procura reforçar os valores que acha válidos para caracterizar a classe/segmento social a que pertence, ou a classe que conhece e admira, ou seja, não há um esnobismo absoluto ele é sempre relativo e o esnobismo só funciona para os grupos sociais que dêem valor aos mesmos valores, como exemplo, não adianta falar sobre a nobreza brasileira com os japoneses cuja família imperial é milenar e tem códigos muito rígidos para a aristocracia, classe que na Europa inteira sempre teve muita oscilação e variação principalmente depois da Revolução Francesa. No Brasil ao longo do século XVI até o XXI, tivemos os seguintes pólos de esnobismo, (sempre ligados ao apogeu do poder econômico da principal monocultura da região em que estão):


sec. XVI/XVII açúcar: é o ouro branco dos séc. XVI/XVII, com o poder nas mãos dos riquíssimos senhores de engenho de Pernambuco/Bahia que abasteciam o mundo com o açúcar a peso de ouro produzido nos engenhos de açúcar que são o 1º grande motor agrário da economia do Brasil fazendo os primeiros milionários do Novo Mundo, como informam os registros de Pernambuco que, em 1580, apontam fortunas de 80.000 cruzados e em 1590, algumas fortunas superiores a 200.000 cruzados.

sec. XVIII ouro: é o ouro amarelo do séc. XVIII, com o poder nas mãos dos riquíssimos mineradores de ouro e diamantes de Minas Gerais que davam a Ouro Preto, em Minas Gerais, (120.000 habitantes), um luxo, riqueza e uma vida cultural de cidade européia no sertão do Brasil colonial no apogeu da extração do ouro e brilhantes; que reconstrói Lisboa após o terremoto de 1755, (quando morreram 40.000 pessoas), graças ao ouro brasileiro (foram 1.094 toneladas de ouro e 3 milhões de quilates de brilhantes ou 2.500 toneladas de ouro e 1,5 milhões de quilates de brilhantes, ou 1.200 toneladas) e enriqueceram a Inglaterra.

séc. XIX: houve vários pólos de poder, o cacau na Bahia com seus coronéis do cacau, o algodão no Maranhão com os Barões do Algodão (tornando Alcântara, algum tempo, a 4ª cidade mais rica do país, uma vez que a Inglaterra com sua Revolução Industrial estava ávida pelo algodão para seus teares), a borracha no Amazonas com os Barões da Borracha e o seu teatro monumental de Manaus que recebia espetáculos com artistas europeus e o café (o ouro verde) no Rio de Janeiro, com o apogeu dos Barões de Café de Vassouras/Valença que, por conta da Corte Imperial muito próxima, se constitui na mais sofisticada e requintada experiência social em todo o esnobismo do Brasil com o grande requinte da vida nas fazendas.

séc. XX: em São Paulo temos uma profunda mudança do padrão da sociedade agrária dos grandes fazendeiros de café, ainda rica no 1º quartel do século e já começando a se mesclar com os estrangeiros, que subsiste até a crise de 1929 e, depois, perde completamente o comando para os grandes industriais/comerciantes estrangeiros que formam uma sociedade prioritariamente urbana que se apossa e toma conta e reestrutura os valores e a representação social da sociedade brasileira.

 séc. XXI: no Brasil inteiro há focos pontuais de pessoas famosas que usufruem o poder que a mídia lhes dá e mantém uma dinâmica comum de consumo exacerbado que privilegia o descartável e o caro como sinônimos de requinte/sofisticação e qualificação social, essas pessoas transitam entre si num teatro exibicionista de evento/mídia que os promove como referência qualitativa da representação social para esta sociedade de emergentes, ou de pretendentes, que os admiram e os seguem pela mídia.

 A cidade Colonial, Nelson Omegna, pg 215/216: mobilidade social





Vamos identificar/analisar 4 épocas distintas e seu esnobismo característico:


NA Colônia: há o esnobismo de antiguidade uma particularidade específica de São Paulo, que é uma conseqüência direta dos estudos genealógicos deixados por Pedro Taques de Almeida Paes Leme, que é um personagem muito controvertido, uma vez que escrevia por dinheiro para as famílias que queriam registrar seu próprio passado de glória, ele foi preso por desfalque dos cofres públicos, e morre pobre sem ser perdoado pelo rei de Portugal. Taques baseia seus trabalhos em documentos de 1500 e 1600 que depois foram perdidos!?? não podendo ser comprovados? Pedro Taques (1714-1777) foi responsável, em 1770, por grave desfalque nas contas públicas que gerenciava como tesoureiro-mor da Bula da Cruzada das Capitanias de São Paulo, Goiaz e Mato Grosso. Em 1774 vai para Lisboa tentar a clemência do Rei, porem não é recebido e volta doente (paralisia) morrendo sem perdão e com o nome desonrado e na mais extrema miséria a 3/3/1777. Depois tivemos o Silva Leme (1852-1919), que continua o trabalho do Pedro Taques e é outra grande referencia para o patriciado paulista. Silva Leme em sua Nobiliarquia Paulistana (1901-1905), 138 anos depois de Taques, já informava que a maior parte das fontes pesquisadas por Taques haviam sido perdidas ou se deterioraram irremediavelmente, ou seja, não há possibilidade de nenhuma análise técnica apurada, hoje em dia, para a confirmação das informações de antiguidade/nobreza feitas por Pedro Taques.


A antiguidade paulista é quase toda baseada na descendência de João Ramalho que teria vivido 99 anos?????, no séc. XVI, quando o europeu vivendo nos trópicos que conseguisse chegar aos 40 anos já era considerado um fenômeno por conta das febres, malária, bouba, opilação, tétano e disenterias, que dizimavam os colonos, (Caramuru morreu a 5/10/1557 com 70 e poucos anos o que JÁ é um recorde para um europeu). Em 1553 o padre Manoel da Nóbrega dizia que a vida de Ramalho era uma "petra scandali", pois tem muitas mulheres e ele e seus filhos andam com as irmãs (de suas esposas) e tem filhos delas. Vão à guerra com os índios e seus gestos são de índios e assim vivem, andando nus como os mesmos índios (Eduardo Bueno). Com a corrida para as minas de ouro em 1748 a capitania de São Paulo se esvazia e entra em brutal decadência, só vindo a ser restaurada em 1765, graças ao açúcar e às tropas de mulas para o transporte até o litoral, que são os embriões de grandes fortunas paulistas. Resumo: Esse esnobismo pela antiguidade é facilmente explicável por ser a única alternativa viável para o paulista se destacar uma vez que, em São Paulo, a única riqueza era o tráfico de índios para venda como escravos, e foi uma vila miserável na história dos 3 séculos iniciais do país, e que sobrevivia à margem da civilização, graças à situação geográfica totalmente isolada por uma serra quase intransponível, cujo acesso só melhora em 1792 com a calçada de Lorena alargada e pavimentada ficando, uma ladeira espaçosa que permite subir com pouca fatiga e se descer com segurança (como informa Frei Gaspar), porém continua interrompida no trecho de Cubatão até Santos, que era feito por canoas até 1827. Povoada por uma gente, que é descrita explicitamente pelo Capitão-General, Morgado de Mateus, (1765-1775) a El Rey de Portugal: é a pior gente do mundo: relaxada, indolente, orgulhosa, selvagem e estúpida (Alcântara Machado). Arouche Rendon, cujo depoimento é de grande valia para verificação dos costumes da época, encarecia os malefícios da bastardia desenfreada dos filhos sem pais conhecidos, desprovidos de um juiz de órfãos para tutelá-los. O futuro Marechal Rendon apontava os dois males que distraem o povo do trabalho e que arruínam o comércio: o jogo de dados e a dança, sobretudo no sertão, (Gilberto Leite de Barros) e tudo isso era escrito a El Rei, no fim do séc. XVIII (ou seja, na mesmíssima época dos fantasiosos registros de pureza heráldica de Pedro Taques). Na Bahia tivemos Diogo Álvares o Caramurú (nasc. em Viana do Castelo, alguns o rotulam de Judeu. Falecido com mais de 70 anos e sua mulher a Índia Catarina do Brasil, a Paraguaçu, Bat. a 30/7/1528 em Saint Malo, França) com 4 filhas perfeitamente documentadas: Ana, Genebra, Apolônia (ou Pelonia) e Grácia. Caramuru estava no Brasil entre 1509 e 1511. A documentação sobre o casal, que esteve na Europa, é muito mais consistente e confiável do que a documentação da família de João Ramalho/Bartira levantada por Pedro Taques, que se perdeu, como diz Silva Leme, pois na Bahia/Salvador a beira mar houve riqueza e a presença de nobres (2º filho ou 3º filho), pois lá havia facilidade de acesso e muito $$$$ com o açúcar e facilidade de contato constante com Portugal e com os franceses, coisa que não havia em São Paulo. Vianna Moog pondera: enquanto bandeirante, e por causa das bandeiras, São Paulo, era um dos estados mais pobres e atrasados do Brasil. Somente depois de definitivamente encerrado o ciclo das bandeiras e só com o advento do ciclo do café e, só no fim do séc. XIX, com a imigração de tipo pioneiro (vir para ficar no país) com mais de 100.000 imigrantes por ano é que São Paulo passa para a vanguarda da Federação, a locomotiva financeira e progressista do séc XX. 


Caio Prado Jr. primeiro grande intelectual marxista brasileiro, soube aplicar o materialismo histórico para pensar o Brasil sem transformá-lo em uma camisa-de-força teórico-ideológica, mas usando-o de forma criativa como um método crítico, aberto e dialético e sua análise da natureza da colonização brasileira diz que: foi uma colonização de exploração mercantil em vez de uma colonização de povoamento como ocorreu no Nordeste dos Estados Unidos.

NO Impériohá o esnobismo dos títulos de nobreza dos fluminenses, com as grandes famílias disputando, acirradamente entre si, quantos títulos de nobreza cada uma delas obtinha, e qual sede de fazenda era a mais espetacular/luxuosa, foi uma sociedade extremamente requintada, graças à proximidade da corte e à facilidade de transporte dos bens de consumo, e à fabulosa riqueza proporcionada pelo café de 1830 a 1880. Resumo: Esse esnobismo é conseqüência do tremendo choque de internacionalização/requinte da sociedade brasileira graças à vinda da Corte Portuguesa (1808) e a movimentação socioeconômica que o Império (1822-1889) promoveu no país. Os hábitos de mesa, de conversa, de música, enfim o savoir faire social das famílias fluminenses supera de maneira exemplar o que havia em todo o Brasil na mesma época e até hoje se distingue na herança cultural dos fluminenses.

Atenção: nos 67 anos de Império a população cresceu de 4 milhões para 18,8 milhões de habitantes e apenas 986 pessoas receberam títulos do Imperador, ou seja, apenas 0,0053% da população.


Oliveira Vianna assim descreve o patriciado fluminense: Não tinha esse, o fluminense, nem o orgulho do paulista, nem o democratismo do mineiro. Era mais fino, mais polido, mais socialmente culto pela proximidade, convívio e hegemonia da Corte, cuja ação o absorve. O polimento urbano lhe corrigiu a rusticidade e pela finura, pelo senso do meio-termo, acabou por desempenhar, no Sul, o papel dos atenienses na política e nas letras.


Nota: Caio Prado Jr. reconhecia que a monarquia, durante os anos de Império, garantiu a unidade e a estabilidade do Brasil, sempre apoiada na aristocracia rural (Oliveira Vianna) que continha em seus quadros o que havia de mais culto no Brasil e evitou exemplarmente a desordem completa de nossos vizinhos sul-americanos, vivendo sob ditadura ou desenfreada demagogia.

A Cidade Colonial: Nelson Omegna, pg. 277



NA Repúblicahá o esnobismo do dinheiro de São Paulo, pois com a queda da Monarquia muda o eixo do poder socioeconômico do Rio para São Paulo com o término da sociedade agrária das grandes famílias de fazendeiros, e entra a participação dos imigrantes estrangeiros: italianos 1,6 milhão (só entre 1886/1900, entraram 921.000), espanhóis 694.000, alemães 250.000, japoneses 229.000 e árabes que mesclam à sociedade brasileira um tempero novo. Resumo: Esse esnobismo é conseqüência da multiplicidade das diversas origens raciais, sem raízes no país, que formam um novo tecido social amplo e complexo que, até 1929, mantém certa similitude com os padrões sociais/agrários fluminenses, mas com o crash do café em 1929 e o tremendo empobrecimento que segue, muda definitivamente o padrão socioeconômico e o poder passa das grandes famílias agrárias brasileiras para os industriais/comerciantes urbanos majoritariamente estrangeiros, de origens e culturas diferentes, onde o que qualifica e diferencia as famílias, é só a quantidade de dinheiro, que é a única linguagem comum compreendida por todos os atores desta transformação social e isso acontece numa tal escala de rapidez e voracidade que faz o ex-governador Paulo Maluf (filho de imigrantes árabes do começo do séc. XX), em 2006, declarar indignado para um jornal que: uma gente que não era nada antes!!!!!!, agora é muito mais rica do que ele???? E o ex-banqueiro Edemar Cid Ferreira ser cultuado como um mecenas da mais alta qualidade social por muita gente que se diz elite cultural??????.



NO Séc. XXI: em todo o Brasil, há o esnobismo do exibicionismo, que se amplia e agrava num histérico paroxismo consumista transitório, e descartável, que apenas valoriza as pessoas pelo que ostentam, aparentam, gastam e exibem e o Eu penso, logo eu existo do século 17 se transforma no Eu consumo, logo eu sou alguém do século 21. Os valores tradicionais de ética, cultura e educação são postos de lado e são, nefastamente, ignorados e até mesmo o conceito de família não está mais resistindo à permissividade/futilidade e à rapidez das transformações/uniões/relacionamentos/ligações sociais, tidas como símbolo da modernidade chique, e muito valorizada pelo grupo desta tal sociedade, que aparece em eventos e cria referências comportamentais na mídia que são avidamente seguidas pelos admiradores.



Livros que abordam de maneira exemplar o tema do esnobismo:


Em Busca do Tempo Perdido, de Marcel Proust, ninguém escreveu tão profundamente sobre o esnobismo social como neste monumental romance de 7 livros, que é uma leitura obrigatória para qualquer pessoa que tenha interesse em entender/analisar/compreender as transformações sociais/psicológicas e as movimentações que os vários extratos sociais fazem, continuamente, no tecido social de qualquer país, ao longo de todas as épocas. Nesse romance encontramos o esnobismo medieval do príncipe de Guermantes, o mundano do duque de Guermantes, o irresponsável do barão de Charlus e o novo-rico do vulgar clã de madame Verdurin.


O Leopardo de Tomaso de Lampedusa. O romance de Lampedusa havia sido recusado pelas editoras Mondadori e Einaudi, recebendo parecer negativo de Elio Vittorini, neo-realista, que viu nessa obra-prima sobre o ocaso da nobreza siciliana apenas a nostalgia de um mundo estático, o que é uma míope, absurda, ridícula e estúpida redução do magnífico universo de decadência e transformação que sofre a nobreza ao ser engolida pela burguesia. O depoimento do padre, que é o capelão da família do Príncipe de Salinas e é seu confidente pessoal, explicando a aristocracia para os seus familiares em sua aldeia natal, é uma das mais vivas, profundas e precisas análises do mecanismo da movimentação social que faz tudo mudar para continuar igual!!! como explica o cínico marquês falido que é sobrinho do príncipe de Salinas ao trocar os Bourbon pelos Savóia e, pragmaticamente, se casar com a jovem burguesa rica e, com o dinheiro dela, recuperar o fausto de sua casa decadente. No extraordinário filme do Luchino Visconti nós temos, o Burt Lancaster como príncipe de Salinas, o Alain Delon como Tancredi, o marquês oportunista, e a Cláudia Cardinale (esplendida, no auge da beleza e com uma gargalhada que enche a tela) como a burguesa rica.



O Vermelho e o Negro de Stendhal, a autodefesa de Julien Sorel, em seu julgamento final, é formidavelmente explícita e contundente na sua angustiada veracidade, indignação e desesperada impotência contra a dinâmica social castradora que impede o talento e a versatilidade do plebeu perante o sectarismo e protecionismo bloqueador/devorador da nobreza que impede a todo o custo as mudanças, apesar de se beneficiar delas.

Minhas qualificações para enquadramento nessas modalidades de esnobismo:

*NColônia  minha 6ª avó paulista, Bernarda Dutra da Silveira, filha de Florencia abaixo identificada, é 5ª neta de Balthasar de Moraes de Antas, 12º avô de Anibal, vindo em 1556 para o Brasil, dono de terras no Ipiranga em 1560, e Juiz em São Paulo a partir de 1579, com Comprovação de nobreza e pureza de sangue passada perante o Juiz de Mogadouro, e fez essa carta ser reconhecida perante o Ouvidor Geral da Bahia, Cosme Rangel de Macedo a 23/11/1580 (está registrada nos Títulos 1530-1805 do Arquivo Heráldico e Genealógico do Visconde Sanches de Baena, e na Camara de São Paulo em 1670), e o historiador Alfredo Ellis Jr informa que Balthasar foi o único morador do Brasil no séc. XVI a ter comprovação de nobreza de 1ª linha, = me qualifica em Antiguidade.


Destaque da citação de Florencia, 7ªavó de Anibal como filha de Manoel de Moraes 8ºavô de Anibal, ampliada por Laís Gonçalves Faria.




 



*NImpério meu 4º avô mineiro, João Gualberto de Carvalho, 1º Barão de Cajurú a 30/6/1860, teve entre seus 9 filhos 3 títulos de nobreza: o 2º Barão de Cajurú, a Viscondessa de Arantes e a Baronesa de São João d’El Rei.

1º Barão de Cajurú, Decreto Registrado no Livro VIII, Pag. 54, Seção Histórica do Arquivo Nacional, com petição feita a 9/6/1860, pelo Visconde do Bonfim e pelo Visconde de Ipanema a Pedro II. Nasc. e bat. em 1797, São João d’El Rei, fal. 21/2/1869, S. Miguel do Cajurú, Ten-Coronel da Guarda Nacional, Comendador da Ordem da Rosa em 1849 e da Ordem de Cristo.


*NImpério meu 4º avô fluminense, Manoel de Avellar e Almeida, teve entre seus 10 filhos e netos 6 títulos de nobreza: o Visconde de Cananéia e os Barões: do Ribeirão, de Massambará, de Avelar e Almeida, 2º Barão do Rio das Flores, 1ª Baronesa do Rio das Flores = ambos me qualificam em Títulos de Nobreza.




O casal Manoel e Susana de Avellar e Almeida, 4ºs avós de Anibal, era dono da Fazenda Boa Vista do Mato Dentro. O casal tem o inventário nº 435 da Caixa nº 90 do Centro de Documentação Histórica da Universidade Severino Sombra, de Vassouras, informado nas pgs 280, 281, 282 e 305 do livro E o Vale era o escravo, do autor Ricardo Salles.







BRASÃO da FAMÍLIA AVELLAR e ALMEIDA


Este Brasão foi concedido por Carta de Brasão em 1881, e está registrado no Cartório da Nobreza e Fidalguia do Império do Brasil, Livro II, folhas 9/11, ao Barão de Avellar e Almeida, Decreto de 7/1/1881, cujo título está registrado no Livro X pág. 70 Seção Histórica do Arquivo Nacional. É um título concedido ad personam sul cognome, isto é, dado a uma pessoa específica e apoiado sobre o nome da família do titulado. Esta forma de título só é usada quando o Imperador deseja prestar homenagem também à família, dignificando-lhe o nome. O Brasão tem um pé de café e uma abelha como arma heráldica e pode ser usado pela Família Avellar e Almeida sem o Coronel (coroa) e a comenda, que são exclusivos do Barão e não são hereditários, conforme as leis de heráldica e do Direito Nobiliárquico: Fonte Documental: Mário de Méroe, Estudos sobre o Direito Nobiliário, Centauro Editora, São Paulo, 2000, pgs: 25/26.




*NRepública meu avô fluminense/paulista, Joaquim Rodrigues d’Almeida, teve fazenda de café em Araraquara, São Paulo, entre 1890 e 1938, teve 12 filhos, sendo que os 6 filhos homens são formados ou pelo Largo de São Francisco (3 em Direito, um deles vereador e Prefeito de Araraquara, (1931-1932) ou Praia Vermelha (3 em Medicina), (1 filho foi estudar engenharia em Liège, Bélgica, onde foi colega do Fábio da Silva Prado e do Conde Francisco Matarazzo, mas teve que voltar, antes de se formar, por conta da 1ª Guerra Mundial em 1914). Meu avô Joaquim quase quebrou com a crise de 1929, e morreu de desgosto/infarto em 1937 após queimar café durante 7 anos e a fazenda foi vendida em 1938 = me qualifica em Dinheiro.

*Eu não tenho qualificações para o Exibicionismo do séc. XXI:

Porém a retidão, severidade e o bom senso com que fui educado me ensinaram que as pessoas possuem 4 itens de qualificação: sua educação, sua cultura, seu nome e seu dinheiro, tudo isso assentado sobre uma sólida base ética na qual a discrição pessoal e o respeito ao outro está na medida certa para eu possa, tranqüilamente, afirmar que: 

eu não sou melhor do que ninguém, porém ninguém é melhor do que eu.

Bibliografia usada para estruturar este trabalho: 


# Genealogia Paulistana Título Moraes, Vol. VII, Pgs: 3, 25 (Cap. 2) e 56


# A Cidade e o Planalto Gilberto Leite de Barros, Martins, 1967, I Tomo, em especial as pgs: 9, 10, 11, 12, 13, 14, 15, 16,17, 19, 21, 22, 23, 27, 28, 29, 35, 36, 37, 38, 40, 41, 44, 45, 49, 53, 54, 57, 58, 60, 82, 83, 85, 90, 91, 92, 93, 94 (Balthazar), 95, 96, 123, 124, 164, 168, 169, 173, 174, 180, 186, 188, 191, 193, 196.


# Vida e Morte de Bandeirante José deAlcântara Machado, (AM), Martins, 1972, em especial as pgs: 3, 8, 25, 26, 29, 32, 37, 43, 49, 54, 60, 91, 146, 160, 172, 180, 181 e 185.


#FLS, 4/4/2118,8 milhões, essa é aproximadamente a população brasileira de 1890, conforme dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). 


#1822, Laurentino Gomes, pg.53: população em 1872 = 10.000.000 [1º Censo Geral do Brasil]


# Bandeirantes e Pioneiros Vianna Moog, 14ª Edição, Civilização Brasileira, 1983, em especial as pgs: 26, 27, 28, 62, 63, 64, 65, 67, 68, 69, 70, 71, 88, 89, 91, 92, 100, 101, 102, 103, 105, 110, 111, 166, 167, 170, 171, 172, 174, 175, 176, 242, 243, 245, 268, 269, 276, 288, 289.

# Omegna (NO), Nelson. A Cidade Colonial, Brasília, Ebrara, 1971, em especial as pgs: 57, 59, 60, 119, 123, 124, 125, 135, 136, 137, 215, 216, 254, 255, 259, 261 e 264.

# Bueno (EB), Eduardo. Naufrágios, Traficantes e Degredados, Rio de Janeiro, Objetiva, 1998, em especial as pgs: 71, 74, 75, 173, 177, 178, 179 e 180.

Pedro Taques de Almeida Paes Leme Revista Genealógica Brasileira, ano VI, 1945, pgs. 75 a 81.

# Mário Arantes de Almeida, Prefeito de Araraquara, fonte primária, tio de Anibal




Foto de 1900: Bernardina e Joaquim, avós de Anibal, casal tronco do Ramo Arantes-Araraquara, SP. 


Da esquerda para a direita: Bernardina (1869-1936), no colo Alzira, (1900-1984). Em pé: Mário, (1893-1958), estudou engenharia na Bélgica (1911-1914) advogado (São Francisco, 1923), Vereador e Prefeito de Araraquara. Joaquim (1866-1937). Na cadeira: Maria, (1898-1969). Em pé: Luisa, (1891-1936). No fim da monarquia, a caminho de Araraquara, SP, por conta da devastadora decadência da região cafeeira fluminense, passaram pelo Rio de Janeiro (foram ao Baile da Ilha Fiscal, junto com os Barões de Muritiba, pois a Baronesa era madrinha de crisma de Bernardina, avó de Anibal, que foi com um vestido amarelo de seda de Macau e com um colar de ouro e esmeraldas, pois as senhoras deviam estar vestidas com as cores do Império). Em 1890, chegaram em Araraquara, depois compraram a fazenda Baguary (a venda do colar de esmeraldas ajudou, pois nessa época do Encilhamento provocado pelo Rui Barbosa a economia estava um caos completo e os antigos Barões na miséria) e Joaquim voltou a plantar café, que é o que ele sabia e gostava de fazer. Tiveram 12 filhos: 1891, 1893, 1898, 1900, 1902, 1905, 1906, 1907, 1910, 1911, 1912, 1914, 6 homens (alguns estudavam no Colégio São Luiz em Itu) e 6 mulheres. Os 6 filhos estudaram em Universidades: Mário, Bernardino e Orlando se formaram em advocacia no Largo São Francisco (SP) e Luiz e José se formaram em Medicina na Praia Vermelha (RJ) e Joaquim abandonou o curso de medicina e cuidou da casa comercial criada por Joaquim para ter fonte de renda alternativa. Em 1936, morrem Luisa e Bernardina e, em 1937, amargurado com esses 2 terríveis golpes e desanimado/desiludido com o café por conta da crise de 1929, Joaquim morre. Em 1938 a Baguary é vendida, (Formal de Partilha, Cartório do 2º Ofício, Araraquara, 7/8/1937)Mário, Luiz e Bernardino Arantes de Almeida são nomes de ruas em Araraquara.


Luís Gonzaga da Silva Leme Revista Genealógica Latina, nº 6, pgs. 14 e 15.



Brasil: uma História, Eduardo Bueno, Atica, 2003.

A Coroa, a Cruz e a Espada Eduardo Bueno, RJ, Objetiva, 2006.

Café e Ferrovias Odilon Nogueira de Matos, 4ª Edição, 1990, pgs: 29 a 34

O Palacete Paulistano Maria Cecília Naclério Homem (USP), pg. 79.

Pedro II do Brasil, Gloria Kaiser, Agir Editora Ltda, Rio de Janeiro, 2000.

Formação do Brasil Contemporâneo, Caio Prado Jr., 23ª Edição, 2004, Brasiliense, pgs: 24 a 30, 36 a 52, 69 a 82.

# História do Brasil, Empreendedores, pg. 53, Jorge Caldeira, Mameluco, 2009, SP.

História de Portugal Jose Mattoso, Vol. 4, Antigo Regime, Edit. Estampa, 1998, várias pgs


#O feudo, Luiz Alberto Moniz Bandeira, 2ª Edição, Civilização brasileira, 2007 em especial as pgs: 66, 71, 72, 76, 95, 98, 107, 116, 126, 146, 619. Na Bahia tivemos Diogo Álvares o Caramurú (nasc. em Viana do Castelo, alguns o rotulam de Judeu. Fal. 5/10/1557, com mais de 70 anos e sua mulher a Índia Catarina do Brasil, a Paraguaçu, batizada a 30/7/1528 em Saint Malo, França) com 4 filhas perfeitamente documentadas: Ana, Genebra, Apolônia (ou Pelonia) e Grácia. Caramuru estava no Brasil entre 1509 e 1511. A documentação sobre o casal é muitomais consistente e confiável do que a existente da família de João Ramalho levantada por Pedro Taques que se perdeu, como diz Silva Leme, pois na Bahia que era o centro administrativo da colônia houve riqueza e a presença de nobres (2ºs ou 3ºs filhos), pois lá havia muito $$$$ com a produção do açúcar e tinha contato constante com Portugal como sede do Governo Geral e a presença dos franceses nas redondezas comerciando pau brasil com os índios , coisa que não havia em São Paulo, no fim do mundo, perdida/escondida no interior e com uma terrível serra atrapalhando a comunicação com o litoral.


#Informação de Marcos Camargo, de San Diego, Califórnia, por correspondência eletrônica com Anibal em Out/2013. Prova documental: Florencia Francisca das Neves filha de Manoel de Moraes de Antas.

#Site:



http://br.geocities.com/projetocompartilhar/bartiraejoaoramalho.htm 


A Abelha como arma heráldica: The Bee: Symbol of immortality and resurrection, the bee was chosen so as to link the new dynasty to the very origins of France. Golden bees (in fact, cicadas) were discovered in 1653 in Tournai in the tomb of Childeric I, founder in 457 of the Merovingian dynasty and father of Clovis. They were considered as the oldest emblem of the sovereigns of France.


 


 


 


 


 


 

 


 
















 
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Genealogia e Historia = Autor Anibal de Almeida Fernandes