TESTAMENTO da 1ª BARONESA de CAJURÚ


Aníbal Almeida Fernandes, 4ºneto, Outubro, 2007, atualizado, Janeiro, 2023


Este Testamento é uma prova definitiva da existência de Ana (Elisa da Conceição) 3ªavó de Anibal, que não aparece na relação de filhos dos 1ºs Barões de Cajurú veiculada no site projetocompartilhar@yahoo.com.br


 REGISTRO DO TESTAMENTO COM QUE FALECEU A EXCELENTÍSSIMA BARONESA DE CAJURÚ, COMO ABAIXO SE DECLARA:


Em nome da Santíssima Trindade, Padre, Filho, Espírito Santo, em quem eu Baronesa de Cajurú firmemente creio, em cuja fé protesto viver e morrer. Este é o meu testamento de última vontade. Declaro que fui casada com o Barão de Cajurú, já falecido, e de meu consórcio existem vivos nove filhos que são os seguintes:


1º) Maria Brazilina da Conceição, casada com Capitão Manoel Teodoro Pereira; 2º) Militão Honório de Carvalho, casado com Maria Cândida, filha do 1o Barão de Cabo Verde; 3º) ANA casada, (em 2ªs núpcias) com Joaquim Alves Gomes, 4º) Libânia Jesuína Carolina, casada com Antonio Belfort de Arantes, Barão de Arantes; 5º) Inácio Caetano de Carvalho casado com Ana Tereza Vargas; 6º) João Pedro de Carvalho casado com Maria Isabel Marques Ribeiro; 7º) Guilhermina, casada com Eduardo Pereira da Silva; 8º), Custódio Ribeiro de Carvalho casado com Maria da Glória Fonseca, 9º) José Ribeiro de Carvalho, casado com Luisa Leite Ribeiro. Nomeio para meus testamenteiros em primeiro lugar ao meu filho Militão Honório de Carvalho, em segundo lugar ao meu genro Capitão Manoel Teodoro Pereira e, para aquele que aceitar a testamentaria, deixo a quantia de seis contos de réis pelo seu trabalho. Declaro que de minha terça da importância de cento e quarenta e cinco contos, quinhentos e noventa e sete mil novecentos e quarenta e dois réis, já adiantei aos meus filhos a importância de quarenta e nove contos, quinhentos e quarenta e quatro mil novecentos e setenta e um réis, dando a cada um deles a importância de cinco contos quinhentos e quatro mil novecentos e seis réis, ficando a minha terça importando em noventa e seis contos, cinqüenta e dois mil, novecentos e setenta e um réis. Declaro mais que também fiz entrega aos meus filhos das duas partes de meus bens, que me couberam no inventário de meu marido Barão de Cajurú, como tudo consta do inventário e partilhas amigáveis que entre mim e eles procedemos. Mando que por minha alma se dirão vinte e cinco missas, por alma de meu marido Barão de Cajurú vinte e cinco missas, e igual número pelas almas de meus escravos falecidos; e mando que se dê no dia de meu enterro e no sétimo dia aos pobres a quantia de seiscentos mil réis de esmolas. O meu funeral será feito á vontade de meu testamenteiro. Deixo para a Irmandade de N. Senhor dos Passos da Cidade do Turvo dois contos de réis para ser empregado na reedificação da sacristia da mesma Irmandade. Deixo também para a Irmandade de Nossa Senhora do Porto do Turvo da mesma Cidade; para a de N. Senhora do Rosário e para a Irmandade do Santíssimo Sacramento da dita Cidade a quantia de duzentos mil réis para cada uma delas. Deixo libertos os meus escravos seguintes: Antônio Mina e sua mulher Bonifácia, Felícia, Leopoldina, Isabel, Bernardina, Generosa e Paulino ficando, porém, o escravo Paulino obrigado a servir ao meu filho Militão Honório de Carvalho por espaço de quatro anos, findo os quais gozará então de sua liberdade. Deixo a meu filho Militão Honório de Carvalho tudo quanto possuo em terras de campos e culturas e na parte da casa e benfeitorias da Fazenda das Bicas; assim mais a Ermida, mobília e todos os trastes que se acharem na mesma casa, e mais a escrava de nome Eugênia, solteira. Deixo à minha neta e afilhada Maria, filha do meu genro Barão de Arantes (só em 1888 ele fica Visconde), seis contos de réis. Deixo à minha bisneta e afilhada Ernestina, filha do Doutor Ernesto da Silva Braga, um conto de réis e ao meu bisneto e afilhado Arlindo, filho de meu neto Saturnino, a quantia de um conto de réis. Deixo a três filhas solteiras de Joaquim Ferreira, já falecido, de nomes Lúcia, Maria e Mariana cem mil réis a cada uma e deixo a mais três filhos solteiros de Severino, neto do falecido Aleixo Ribeiro, cem mil réis a cada um. Deixo finalmente o remanescente de meus bens para serem repartidos com igualdade pelos meus filhos. Esta é a minha última vontade e disposição para depois de minha morte, e por este testamento revogo qualquer outro.


Cidade do Turvo, dois de setembro de mil oitocentos e oitenta. Baronesa de Cajurú.


Livro 2º, fls. 42v/45 do Registro de Testamentos do Cartório do 1º Ofício da Comarca de Andrelândia, MG.


A 1ª Baronesa de Cajurú, Ana Inácia Ribeiro do Vale de Carvalho, 4ªavó de Anibal, é filha de Inácio Ribeiro do Valle, faleceu a 11/1/1889, e está enterrada em jazigo no cemitério da cidade de Andrelândia (antigo Turvo), MG, ela é viúva de João Gualberto de Carvalho fal. 1869, 1º Barão de CAJURÚ a 30/6/1860, que foi Comendador da Real Ordem de Cristo e da Imperial Ordem da Rosa. O Testamento da Baronesa no valor de 145.597$942 (cento e quarenta e cinco contos, quinhentos e noventa e sete mil e novecentos e quarenta e dois reis) correspondentes à sua terça parte, nos permite avaliar a fortuna do 1º Barão de Cajurú considerando a terça parte da Baronesa mais os 2/3=legítima do Barão, temos um patrimônio total de 436.793$826. Em 1869 quando 1.000$000 (1 conto de réis) comprava 1 kg de ouro este patrimônio equivale a 436,793 kg. de ouro e hoje em dia, considerando a gr. de ouro a R$ 307,84 (24/8/21), teríamos um patrimônio de R$ 134.462.357,00 milhões em 2021.


Fontes pesquisadas para estruturar este trabalho:


*O texto acima do Testamento, foi retirado do livro Terra de André do autor Marcos Paulo Souza Miranda e Flávio de Carvalho O Comedor de Emoções de J. Toledo.


*Efemérides de São João d’El Rei, de Sebastião Oliveira Cintra, 2a Edição; informa a morte do 1o Barão de Cajurú em São Miguel de Cajurú, (Arcângelo), São João d’El Rei, MG.


*Site geocities.com/projetocompartilhar/estudoscaetanocaravalhoduartedosuldeminas, de Bartyra Sette e Regina Moraes Junqueira.


 *Prova documental da existencia de Ana Elisa da Conceição



*Flávio Mário de Carvalho Jr. 3º neto do 1º Barão de Cajurú, forneceu dados sobre a descendência da 3ª avó de Anibal, Ana Elisa da Conceição, REGISTRADA no Livro de Batismos de 25/12/1855, pg. 21, da Paróquia de Sto. Antonio do Rio Bonito de Conservatória, RJ, no batismo de sua filha Ursulina, a 16/10/1855, onde Ursulina, 4ª filha do seu 2º casamento, está registrada como neta materna do, ainda, Comendador João Gualberto de Carvalho, pois o Título de Barão de Cajurú, só foi recebido a 30/6/1860. Ana Elisa da Conceição






 



 


 
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Genealogia e Historia = Autor Anibal de Almeida Fernandes